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Roberto Kaefer, presidente do Alimenta 2025, fala sobre a proposta e as expectativas do evento que acontece entre os dias 16 e 18 de junho
A primeira edição do Alimenta 2025 nasce com um objetivo claro: criar um espaço estratégico para refletir sobre a realidade e o futuro da produção de proteínas animais no Brasil. O evento, que será realizado no campus da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), em Curitiba, entre os dias 16 e 18 de junho, propõe uma análise aprofundada da situação das principais cadeias produtivas — frango, boi, peixe, suínos e ovos — e das oportunidades de crescimento e inovação que se abrem para o setor.
O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), é um dos idealizadores do Alimenta 2025, evento do qual também é presidente. Em entrevista, ele explica como o congresso busca integrar dados de produção, sanidade, exportações e mercado global, especialmente após os recentes desafios sanitários no Brasil.
Kaefer destaca que, embora o frango tenha forte presença no Paraná – responsável por mais de 35% da produção brasileira e 42% das exportações –, há muito a ser discutido sobre as demais cadeias. A bovinocultura, por exemplo, avança em exportações para mercados como China e EUA. A piscicultura já coloca o Paraná como líder nacional, e os setores de ovos e suínos mostram crescimento e grande potencial.
O dirigente também enfatiza o papel do evento na promoção de práticas sustentáveis, da inovação tecnológica – como automação e inteligência artificial – e da geração de emprego e renda nas regiões produtoras. A parceria com o Governo do Estado e entidades como a FIEP e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR) é apontada como fundamental para o diálogo entre os elos da cadeia produtiva e a formulação de políticas públicas voltadas à segurança alimentar, à competitividade e à expansão internacional do setor.
A seguir, confira os principais pontos da entrevista com Roberto Kaefer.
Qual é o principal objetivo do Alimenta 2025 e como ele se diferencia de outros eventos do setor?
RK: Com o Alimenta 2025, o objetivo é criar um fórum estratégico de análise do cenário atual e das perspectivas futuras para todas as cadeias de proteína animal – frango, suíno, bovino, peixe e ovos. Vamos discutir produção, exportações, desafios sanitários, inovação, sustentabilidade e impacto socioeconômico. O evento se diferencia por oferecer uma abordagem multiproteína, integrada, com foco técnico e institucional, reunindo líderes, pesquisadores, formuladores de políticas públicas e representantes do setor produtivo em um mesmo espaço. É importante definir o volume de produção atual, qual o potencial de crescimento em cada setor, principalmente no setor bovino, que tem uma exportação muito grande para a China e Estados Unidos. No frango, o Paraná já é o maior exportador e o Brasil está despontando com 470 mil toneladas comercializadas com o mercado externo.
O evento reúne diversas cadeias produtivas de proteína animal. Como essa abordagem multiproteína contribui para o fortalecimento do setor no Paraná e no Brasil?
RK: A união das cinco grandes cadeias produtivas amplia a troca de conhecimento, fortalece a representatividade institucional do setor e permite um olhar mais sistêmico sobre políticas públicas, sanidade, exportação e inovação, reforçando a imagem do Paraná e do Brasil como potências em proteína animal.
Como o Alimenta 2025 pretende abordar questões relacionadas à inovação e sustentabilidade na produção de proteínas animais?
RK: O evento trará debates sobre ESG, automação de processos, gestão ambiental e social, compliance e tecnologias emergentes que impactam a eficiência, a rastreabilidade e o desempenho econômico dos sistemas produtivos – com foco em responsabilidade ambiental e social.
O Paraná é um dos líderes nacionais na produção de proteína animal. De que forma o evento busca consolidar e expandir essa posição no cenário internacional?
RK: Proteínas como o frango e o peixe já colocam o Paraná em posição de liderança nacional. A proposta do evento é aprofundar a discussão sobre como o Estado pode ganhar espaço também em outras cadeias em que pode se destacar ainda mais, como na bovinocultura, suinocultura e ovos, qualificando a produção e ampliando a presença em mercados estratégicos por meio de acordos sanitários e tecnológicos.
Quais são as expectativas em termos de público e impacto econômico para esta primeira edição do Alimenta?
RK: A primeira edição marca o início de uma proposta de análise profunda dos setores, considerando o potencial de produção, o quanto desse potencial está sendo aproveitado e as perspectivas em relação às exportações e ao consumo externo. Queremos reunir no campus da FIEP, no Jardim Botânico, lideranças, técnicos, produtores e gestores públicos para discutir o potencial de produção das cadeias e as tendências de consumo global. Mesmo sendo a primeira edição, o objetivo é que o evento gere impacto institucional e econômico e passe a integrar o calendário do agronegócio a cada dois anos.
Como o senhor enxerga o papel do Alimenta 2025 na construção de políticas públicas e no diálogo entre os diferentes elos da cadeia produtiva?
RK: O evento é fruto de uma articulação com o Governo do Estado do Paraná, suas secretarias e órgãos como a ADAPAR, a FIEP, além de diversas entidades do setor. O objetivo é fomentar um ambiente de cooperação entre indústria, produtores, órgãos de sanidade e entidades de classe para avançar em políticas estruturantes.
O evento também contará com uma feira de tecnologias e negócios. Quais inovações os participantes podem esperar encontrar?
RK: A feira contará com estandes padronizados onde empresas e entidades apresentarão soluções tecnológicas aplicáveis às diferentes cadeias: desde nutrição e genética até automação de processos, softwares de gestão, rastreabilidade e equipamentos voltados à produtividade e bem-estar animal.
Quais são os planos futuros para o Alimenta? Há a intenção de torná-lo um evento recorrente no calendário do setor?
RK: A ideia é que o Alimenta ocorra a cada dois anos, oferecendo uma análise contínua do setor. A expectativa é de que as próximas edições ganhem ainda mais público e relevância, exigindo inclusive espaços maiores à medida que o evento se consolida.
Quais parcerias institucionais e governamentais foram fundamentais para viabilizar o Alimenta 2025?
RK: A realização do Alimenta conta com o apoio do Governo do Paraná, por meio de suas secretarias e da ADAPAR, além da FIEP e do Sindiavipar. Essas parcerias permitiram a articulação entre as cadeias produtivas e o poder público, fortalecendo a agenda estratégica do evento.
Como o evento pretende contribuir para o debate sobre segurança alimentar no Brasil e no mundo?
RK: O Brasil tem responsabilidade global como grande exportador de alimentos. O Alimenta será palco de discussões sobre produção de qualidade, redução de custos, aumento de eficiência no campo e estratégias para garantir oferta segura e contínua, diante dos desafios sanitários e logísticos atuais.
Em um cenário de mudanças climáticas e pressão por práticas sustentáveis, como o setor de proteína animal tem se adaptado?
RK: O Paraná é competitivo por sua organização produtiva, presença de cooperativas e tecnologia aplicada. Ainda que enfrente concorrência em algumas cadeias, tem estrutura e capacidade para crescer com consistência e excelência.
Como o senhor avalia a competitividade do agronegócio paranaense frente a outros polos nacionais e internacionais?
RK: Embora o evento dialogue diretamente com lideranças empresariais e formuladores de políticas, ele também inclui produtores, técnicos e cooperativas, que são fundamentais para a base produtiva e devem participar da construção do futuro do setor. Com relação ao Paraná, não dá para analisar de forma isolada das demais unidades da federação. Há muita ligação entre os estados e as empresas produtoras. Um exemplo é o caso do frango, os associados ao Sindiavipar também têm produções em outros estados. A indústria de proteína animal no Brasil é totalmente interligada.
Como as cooperativas e pequenos produtores estão inseridos na proposta do evento? Há espaço para esse público?
RK: Com certeza! Estarão presentes produtores, técnicos, diretores de companhias e outros profissionais ligados ao setor.
De que forma a tecnologia — como inteligência artificial e rastreabilidade — está impactando a produção de proteína animal?
RK: Hoje, o uso das tecnologias já é realidade nas unidades de produção. Sistemas conectados oferecem dados em tempo real sobre ambiência, nutrição, sanidade e produtividade. Isso permite tomadas de decisão mais ágeis e assertivas, aumentando a eficiência e a segurança da produção.
Que tipo de legado o senhor espera deixar com essa primeira edição do Alimenta, tanto para o setor quanto para a sociedade?
RK: O objetivo é que, a partir do Alimenta 2025, seja inaugurado um ciclo de análise estratégica contínua do setor, mostrando sua força econômica e seu papel social. O legado é um setor mais articulado, com visão de longo prazo e valorizado pelo que representa para o Brasil e o mundo.
O Sindiavipar foi fundado em 19 de novembro de 1992, e representa abatedouros e incubatórios de produtos avícolas paranaenses.
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